quarta-feira, 14 de maio de 2014

É na esquina do teu cuidado que a minha paz se refaz


Na tua falta de pressa, na tua dedicação, no teu coração criança. 
Tá no teu talento pra me fazer sorrir, essa certeza da permanência de dias coloridos carnavalizando o meu calendário. Por isso essa teimosia em te devolver a mesma folia, em fazer barulho com as palavras, em poetizar esse querer de confetes e serpentina que transborda um sonho a dois.
Fica inaugurado no sossego do teu colo, o meu cais. Recanto devoto pra onde corro - descalça e sem mapas - quando as ondas invisíveis desse mar de dias rasos tentam me engolir. 
Esclarecido no teu abraço o regressar do meu pulsar. Toda energia que, renovada, se explica no teu peito acolhedor.
Plantando no meu apreço a tua serenidade, o teu caminhar junto, a tua vocação em me desajustar os sentidos. 
Presa no meu saber orgulhoso, essa destreza do teu café fraco, o teu lado certo pra dormir, a liberdade contida no quê de suficiência que aqui se fez habitual. 
Dito e decretado: o sentimento que se sabe presente pelo sorver de contento cotidiano. 
E quando o céu fica cinza, quando os dias desbotam, quando tudo parece ontem, a tua mão na minha vem me lembrar do amanhã. Dos tantos amanhãs que nos aguardam famintos. 
Em companhia, e repleto da cumplicidade construída a passos largos, vem o seu olhar. Do tipo que dispensa o estender da prosa, do tipo que se basta no próprio gesto, do tipo que justifica cada sinal, vem o seu olhar me fazer concluir que, das raras certezas que a vida nos admite, fica eleita a mais linda esta que revela do que é feito, até onde se destina e a quem pertence tanto amor: É terno. Eterno. E nosso.

Yohana Sanfer

As coisas dela

É que ela tem seus medos e anseios também.
Ela não é só aquele punhado de palavras bonitas enfeitadas de sorrisos.
Ela tem seus dias de esperanças apagadas, de humor revirado.
Tem dias de céu nublado.
Dias em que chove por dentro, mesmo sendo sol por fora.
É que ela também é humana sabia?
Carne, osso, poesia e um sentir do tamanho do mundo...

Monalisa Macedo

terça-feira, 6 de maio de 2014

"Assim, vou sobrevivendo a cada um dos tombos e tropeços em meio a ventania dos últimos tempos. Uma coisa é certa: tenho conseguido vencer o desafio de me manter em pé a cada folha que caiu..."


Virgínia Mello

Deixar que as coisas morram e abram espaço para o novo. Aceitar o intervalo da travessia, em que as coisas não têm mais a forma antiga nem ainda a forma nova. O tempo da crisálida: nem mais lagarta nem voo ainda. Respeitar a cadência natural das gestações.


Ana Jácomo
É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles abrem para que ali cresçam as nossas fantasias. Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe… Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o céu, e não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas. Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu, onde podemos fazer voar nossas fantasias como se fossem pipas. 

Rubem Alves

Pode ser que nos encontremos de novo. Sem o mesmo brilho nos olhos, sem aquela vontade um do outro. Pode ser que nunca mais nos vejamos, mas ainda sim, exista pra sempre em nós dois a vontade de reviver nossa história. Pode ser que, aos poucos, a gente volte a se falar, se gostar, a sermos 'nós'. Pode ser 'muito, tanto, tudo'... que eu rezo, todos os dias, pra que não sejamos 'nada, nunca mais, e ponto final'. Como dizia aquela música que você cantarolava pra mim: seja como for, mas seja. Sejamos.

Karla Tabalipa


Com ele, é como se eu sentisse a segurança (tão importante) de um amor presente. Ao mesmo tempo, ele me passa aquela sensação de já estarmos juntos antes. Em outras vidas, talvez. Em um passado que se faz agora, talvez. Que é agora. E é.
É como se o moço, viesse com o intuito de me fazer feliz. De cruzar o meu caminho. De florir o meu caminho. Os meus sorrisos. E de mudar o meu significado de amor até ele surgir.

Bibiana Benites