segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As cores em mim...


Minha paixão por cores vem desde tenra idade; do encanto da primeira caixa de lápis de cor. Na simplicidade do meu traço imperfeito eu traduzia em cores o meu universo encantado, onde tudo era possível, lindo, realizável...
Elas me inspiram, me encantam e numa sintonia perfeita de cores e sentimentos traduzem um pouco a minha 
E-S-S-Ê-N-C-I-A.

As cores tomaram minha adolescência e transformaram minha conturbada psiquê juvenil em laços eternos de amizades, sonhos e paixões que se eternizaram...  
Me fez descobrir mulher no rubor proposital de minha face maquiada, levando-me a uma inocente e saudável época de encantos e descobertas.
Ao longo da caminhada deu rumo aos meus passos, luz às minhas mãos e sabedoria aos meus intentos. 

Sou apaixonada por cores, elas possuem a magia da transformação.
O que dizer do reluzente AMARELO do girassol que não teme ostentar seu brilho. Da elegante vitalidade do VERMELHO - meu preferido - impresso nos corações dos apaixonados. 
O arco iris, a aurora boreal, todos mostram o contentamento da vida que no ápice de sua glória transborda encanto e beleza.

Cores...
Eu posso ouvir através delas a voz muda de Deus.
Como?
Não sei...
Só sei que sinto o seu vibrar...

________By Marli Santana


domingo, 30 de outubro de 2011

Os Segredos da Loba



    A mulher, quando é resolvida, fruta maturada, sabe ter a esperteza da loba e sabe sobreviver sem matilha. Amiga da lua, prima do sol, conhece cada segredo dos lugares por onde anda; deixa seu cheiro, seu almíscar em cada pele visitada, como antiga tatuagem ou cicatriz de velhas batalhas. A idade da loba dá, à mulher, a certeza da aura que clareia os caminhos eleitos por ela, apenas por ela. Aos machos mais frágeis, desacostumados a enfrentar a altivez sensual da mulher-loba, resta o medo, a fuga, como acontece com muitos, ainda não temperados nos mistérios dos sortilégios que envolvem essa raça de pêlo brilhante, farto, eriçado ao mínimo toque na hora do encontro selvagem.

    A mulher-loba conhece o poder de suas garras, o laivo de sangue dos seus olhos determinados.Para ela, não há mistérios no amor nem discussões existenciais no silêncio morno do quarto amanhecido com jeito de ter enfrentado o fragor de um doce embate. Ela sabe os caminhos traçados em sua bússola.

    A mulher-loba guarda seus uivos para os momentos mais profanos, quando eriça o pêlo e se encharca de vinho, te olha e ensaia um tango com, um jeito de quem conhece velhos segredos de bandoneons platinos. Segura de si, é capaz de eleger em seu guarda-roupa um vestido vermelho quando o tom da moda é a cor clara e sair por aí, requebrando as ancas fartas apenas para provocar um frevo doido nos olhos dos homens que passam. 
A mulher-loba é colombina, cigana e tem nos ombros  a pele trigueira das mulheres da Andaluzia.

A mulher-loba sabe delimitar como ninguém os espaços da sua área de caça. Ela é a guerreira, a que atiça a caça e conhece como ninguém os perigosos caminhos da jugular.

    Como uma fruta madura, a mulher-loba conhece o momento da plenitude da sua estação. Mas a colheita, é ela quem determina, guardiã zelosa da seiva que escorre das suas raízes.

Por Cleomar Brandi

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

40 e tal...



Nunca me imaginei chegando aos 40 anos... Só fui me dar conta disso há 3 anos atrás. Um misto de medo e ansiedade me levaram à muitas reflexões. 

"- 40 anos... Não me sinto com essa idade..." Acho que toda mulher já afirmou isso para o mais fiel e cruel dos amigos: o espelho.
Seria oposição à plenitude? Tinha minhas dúvidas, pois não era isso que meu corpo e mente diziam.

Pára tudo! 
O que fiz até aqui? Até onde quero chegar? 
Ainda posso chegar? e os meios?

Na infância, eu tinha uma referência de mulher de 40 comprometida com o lar, marido, filhos, onde seu maior feito era o vinco impecável de uma calça bem passada, a destreza de suas habilidades culinárias, ou o reluzente brilho de suas panelas, o que não desmerece a grandeza de seu amor para com os seus. 
Minha referência de mulher de 40 levava uma vida sem muitas expectativas, afinal, seu maior objetivo já havia sido alcançado: casar e ter filhos.

E eis que chego aos 40 anos... e o que encontrei? Uma geração de mulheres que estão em sua fase plena: experientes, seguras de si, cheias de personalidade e de sonhos ainda realizáveis. 
O tempo já não é mais inimigo, aprendemos a respeitá-lo e torná-lo um importante aliado. Ele nos fez mais tolerantes, nos mostrou que tudo tem seu momento, aprendemos viver um dia de cada vez e da melhor forma, sem a euforia imatura de tempos antigos. 
Conquistamos espaços jamais sonhados em outras épocas. Aprendemos a ser mãe, esposa, profissional, amiga, filha e mulher, tentamos sê-las da melhor forma possível, nem sempre com êxito, claro que não escapamos de nossos próprios julgamentos. Diga isso quem já ouviu: "Mamãe, não vá trabalhar...só hoje...por favor..." Como corta o coração! 

Partimos ao encontro da responsabilidade sob um soluço contido, mas com a certeza de que estamos fazendo um plantio de sementes fortes e que no momento certo, a colheita desses frutos será farta, e sustentará gerações de mulheres ainda maiores e melhores do que as de meu tempo.

Estou feliz por ser mulher de 40, afinal, dizem que a vida começa aos 40, sendo assim, eu então estou só engatinhando...

By Marli Santana em comemoração à minha melhor fase: meus 40 anos