quinta-feira, 11 de abril de 2013

IRENA SANDLER - Salvou 2500 crianças judias do regime nazista.


Irena, uma polonesa, que trabalhava como assistente social para o governo, salvou 2500 crianças judias do regime nazista, levando-as para lares temporários como se fossem crianças polonesas não judias. Para lembrar do nome real da criança, Irena anotava os dados em um pedaço de papel e colocava em uma jarra. A jarra ela enterrava embaixo de uma macieira no quintal da vizinha, uma amiga.

Uma das memórias mais vivas para Irena, era o choro das crianças e dos pais ao serem separados. Para ela, eles foram os grandes heróis e não ela.

Perguntada sobre o porque de correr tanto risco para salvar essas crianças, ele contou que sempre lembrava do pai, um médico que morreu de tifo, quando ela tinha 7 anos de idade. Um dos conselhos de seu pai foi: “lembre-se Irena, se você ver uma pessoa se afogando, tente resgatá-la, ainda que não esteja certa de saber nadar bem. Faça alguma coisa, não assista o outro morrer sem tentar ajudar”. 25 anos mais tarde Irena ia seguir o conselho do pai, arriscando a própria vida para salvar as crianças judias.

Até bem pouco tempo a bravura de Irena era desconhecida. Em 1999, um grupo de alunos de Kansas, Estados Unidos, através de um trabalho de conclusão de curso, escolheu pesquisar a vida de Irena Sandler. Elas (3 jovens de 16 anos) chegaram ao nome de Irena através de uma nota no jornal sobre os Heróis do Holocausto. As jovens partiram daí para a pesquisa e supreendentemente descobriram que Irena estava viva, residindo em Varsóvia.

Mais tarde essas jovens foram até Irena, e ouviram a história contada por ela. Irena uniu-se a um movimento de resistência contra o nazismo chamado Zegota. Recebia deles os nomes das casas onde ela poderia levar as crianças. Como estava tendo uma epidemia de tifo na cidade, Irena sob o pretexto de recolher os mortos e doentes, para não agravar a epidemia, entrava no gueto e oferecia aos pais para tirar as crianças de lá. Ela levava as crianças na ambulância, as mais novas eram medicadas para não fazer barulho e as mais velhas iam escondidas embaixo de lençóis. O polonês que dirigia a ambulância, levava um cachorro com eles, treinado para latir caso as crianças fizesse algum barulho, ajudando a disfarçar o barulho para a polícia. Eventualmente, Irena foi presa e torturada para revelar os nomes das pessoas que ajudavam os judeus… apanhava quase todos os dias, mas nunca entregou os nomes dos envolvidos, ela disse encontrar força na coragem dos pais das crianças que ajudou, no choro da separação, no sacrifício. Depois de 3 meses na prisão foi sentenciada de morte. No dia da execução, um guarda a deixou escapar, ele havia recebido dinheiro da resistência para salvar a vida de Irena.

Quando a guerra terminou, Irena, desenterrou a jarra com os 2500 nomes e saiu em busca de reunir as crianças com as famílias. Infelizmente a maior parte estava órfã. Colocou a história no jornal usando seu codinome Jolanta, na tentativa de reunir os sobreviventes, mas tudo que conseguiu foi reencontrar com algumas das crianças, que fizeram questão de agradecer a Irena. Irena morreu em 12 de maio de 2008. Sua história veio a público quando essas jovens começaram a encenar Vida em uma Jarra (life in a Jar) como forma de divulgar a história dela. Irena chegou a ser indicada para o prêmio Nobel em 2007.

Depois que sua história veio a luz, ela foi condecorada, agraciada e muitas das vidas que ela salvou, entraram em contato com ela para agradecer…

Uma das coisas que as jovens mencionam constantemente no livro é sobre humildade de Irena, depois que ela contou a história para as jovens sempre frisando o heroísmo dos pais das crianças em se separar dos filhos, ela decidiu que não ia mais falar sobre o assunto. Um gesto de humildade e de reverência a memória daqueles que ela não conseguiu salvar. Que seu nome permaneça em nossa memória como um canto de esperança, Obrigada Irena Sendler.

Do Blog Blue Domum

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pelo seu comentário...